O ditado popular "dinheiro não compra felicidade" é inválido na sociedade contemporânea, onde o produto é fim e não meio. O ser humano consome por acreditar na utopia de que atingirá a plena felicidade. Esse comportamento alienado desencadeia o consumismo, a hiper valorização do produto e desvalorização do ser humano, além de valores éticos e morais serem declinados.
A indústria cultural, nesse contexto, é uma aliada na construção desta utopia. É através de anúncios persuasivos de marketing, que, seja por revistas, jornais, comerciais televisivos, etc, empresas capitalistas vendem a sua ideologia consumista. Assim, muitos acreditam que serão felizes por possuírem tais produtos. Mas o que experimentam é a efêmera sensação de satisfação.
Na medida em que o principal valor a ser perseguido pelo indivíduo torna-se o produto, declina-se a valorização do ser humano, e dos valores morais e éticos, a cerca da família, do conhecimento, bem como da maneira que o produto será adquirido. O próprio homem é produto, sendo que o valor das relações pessoais se dá pelas mercadorias, as relações são,portanto , de consumo imediato e fungíveis. Valores duradouros, como amor e amizade são relativizados em detrimento de bens de consumo.
Ter é mais importante do que ser, essa mentalidade é enfatizada pela superficialidade das relações humanas. Logo,o indivíduo é aquilo que possui. As amizades por exemplo são baseadas nas posses econômicas de cada um. Isso explica por que vemos pessoas de uma certa classe social relacionarem-se exclusivamente com aqueles que pertencem à mesma classe que este. Esse comportamento alienado tornou o ser humano incapaz de fazer as próprias escolhas, como, com quem relacionar-se, não equipara-se ao outro à nível de valores morais e éticos, mas sim por posses econômicas.
O melhor que a vida tem à oferecer é um algo consumível, a indústria tenta vender a felicidade mas não consegue. Consegue, sim, persuadir o homem tornando-o alienado e incapaz de pensar criticamente. O consumismo alimenta a falsa ideologia de que 'comprar' felicidade em detrimento de valores éticos.
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